4.8.07

CRONOGRAMA CINEMA POLÍTICO - 2/2007
Tema: Grandes Diretores do Cinema Político

05 e 06/09 - Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb). Direção: Stanley Kubrick. EUA, 1964. Duração: 93 minutos.

As possíveis conseqüências caso um anticomunista e louco general americano desse a ordem de bombardear a União Soviética com o objetivo de ficar livre dos "vermelhos", sem se dar conta de que este ato seria provavelmente o início da Terceira Guerra Mundial.



12 e 13/09 - O Alucinado (El). Direção: Luis Buñuel. México, 1953. Duração: 88 minutos.

Francisco mantém uma imagem de homem tranqüilo, conservador e religioso. Durante uma missa, conhece Glória, noiva de um amigo. Em pouco tempo, consegue separá-los e casar-se com a jovem. Depois do casamento, passa a ser um homem paranóico, ciumento e atormentado. Fascinante drama psicológico marcado por crítica feroz à burguesia e ao clericalismo, O Alucinado é considerado pela crítica mundial como uma das obras máximas do mestre Luis Buñuel. Inclusive, o próprio cineasta costumava afirmar que este era um dos seus trabalhos favoritos.

19 e 20/09 - Feios, Sujos e Malvados (Brutti, Sporchi e Cattivi). Direção: Ettore Scola. Itália, 1976. Duração: 115 minutos.

Giacinto mora com a esposa, os dez filhos e vários parentes, num barraco de uma favela de Roma. Todos querem roubar o dinheiro que ele ganhou do seguro, por ter perdido um olho quando trabalhava. A situação fica ainda pior quando ele decide levar uma amante para dentro de casa.



26 e 27/09 - O Rolo Compressor e o Violinista (Каток и скрипка). Direção: Andrei Tarkovski. URSS, 1961. Duração: 45 minutos.

Com apenas 28 anos, Andrei Tarkovski realizou seu primeiro filme, como conclusão do curso de cinema. E marcou também a carreira de um dos mais geniais cineastas que o mundo já teve, autor dos premiados Andrei Rublev, Solaris e O Espelho. O Foco principal é a amizade de um garoto pobre apaixonado em tocar violino com um motorista de um rolo compressor. O filme ganhou grandeza poética e sentimental graças a emocionante interpretação do jovem Igor Fomchenko.


03 e 04/10 - Viver a vida (Vivre Sa Vie). Direção: Jean Luc-Godard. França, 1962. Duração: 85 minutos.

Viver a Vida é a primeira das obras-primas de Jean-Luc Godard na maturidade. Um relato episódico da curta vida de uma jovem prostituta (Anna Karina). Mantendo sua característica, Godard neste filme cria uma atmosfera analítica e sensual, conseguindo resgatar uma beleza gélida e austera.



10 e 11/10 - Antes da Revolução (Prima della Rivoluzione). Direção: Bernardo Bertolucci. Itália, 1964. Duração: 115 minutos.

Um filme arrebatadoramente romântico, a rebelião de um jovem contra a vida burguesa e sua desilusão com o comunismo, passado em Parma e escrito e dirigido por Bernardo Bertolucci com a espantosa idade de 22 anos. O herói, Fabrizio, descobre que não é fervoroso o bastante para ser um revolucionário, que está demasiadamente envolvido na beleza anterior à revolução. Tem "uma nostalgia do presente". Neste caminho, Fabrizio apaixona-se por uma tia, Gina (Adriana Asti), quase tão jovem quanto ele e já perdida num mundo de aflição e neurose.



17 e 18/10 - Não Matarás (Krotki film o zabijaniu). Direção: Krzysztof Kieslowski. Polônia, 1988. Duração: 88 minutos.

Jack é um jovem desempregado obcecado pela violência. Certo dia, sem motivo aparente, ele sai pelas ruas de Varsóvia e resolve matar um motorista de táxi, proporcionando uma das cenas mais cruas, reais e violentas. Um advogado criminalista tenta livrar Jack da pena de morte, e pelo caminho ele esbarra com um Estado totalitário e uma sociedade ainda mais cruel que seu próprio cliente.



24 e 25/10 - Kedma (Кедма). Direção: Amos Gitai. Israel, 2002. Duração: 94 minutos.

Maio de 1948. Alguns dias antes da criação do Estado de Israel, alguns sobreviventes dos campos de concentração viajam de navio para chegar a Palestina, onde são recebidos a bala por soldados ingleses. Cansados e famintos, eles são imigrantes que desejam chegar até um Kibutz onde vivem os judeus. No caminho, ajudado por uma força militar, encontram árabes. Explode um conflito violento e trágico de proporções históricas. Kedma mostra um pouco de como nasceram a eterna guerra entre palestinos e israelenses que já dura décadas.


31/10 e 01/11 - Deus e o Diabo na Terra do Sol. Direção: Glauber Rocha. Brasil, 1964. Duração: 125 minutos.

O argumento de Deus e o Diabo na Terra do Sol é uma síntese de fatos e personagens históricos concretos (o cangaço e o mandonismo local dos coronéis no Nordeste, o beatismo ou misticismo de base milenarista, a literatura de Cordel, Lampião e Corisco, Euclides da Cunha e Guimarães Rosa, Antônio Conselheiro e Antônio Pernambucano (jagunço ou assassino de encomenda de Vitória da Conquista). O vaqueiro Manuel se revolta contra a exploração de que é vítima por parte do coronel Morais e mata-o durante uma briga. Foge com a esposa Rosa da perseguição dos jagunços e acaba se integrando aos seguidores do beato Sebastião, no lugar sagrado de Monte Santo, que promete a prosperidade e o fim dos sofrimentos através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Ao presenciar o sacrifício de uma criança, Rosa mata o beato. Ao mesmo tempo, o matador de aluguel Antônio das Mortes, a serviço dos coronéis latifundiários e da Igreja Católica, extermina os seguidores do beato. Em nova fuga, Manoel e Rosa se juntam a Corisco, o diabo loiro, companheiro de Lampião que sobreviveu ao massacre do bando. Antônio das Mortes persegue de forma implacável e termina por matar e degolar Corisco, seguindo-se nova fuga de Manoel e Rosa, desta vez em direção ao mar.




07 e 08/11 - Jeca Tatu. Direção: Amácio Mazzaropi/Milton Amaral. Brasil, 1959. Duração: 95 minutos.

Jeca é um roceiro preguiçoso de dar dó, mas esta preguiça está com os dias contados, pois seu ranchinho está ameaçado pela ganância de latifundiários sem coração. Agora ele vai usar todo seu jeito matreiro para conseguir seu cantinho de terra. Um clássico da filmografia de Mazzaropi. Às vezes engraçado, em outros momentos, de uma beleza tocante, ele trata com muita singeleza a figura do homem do campo e a questão da reforma agrária neste filme que é uma declarada homenagem do Mazza ao conterrâneo Monteiro Lobato.



14/11 - Accattone: Desajuste Social (Accattone). Direção: Pier Paolo Pasolini. Itália, 1961. Duração: 120 minutos.

Ao som da música sublime de Bach, Pasolini nos apresenta a miserável periferia de Roma, onde vive Vittorio, mais conhecido como Accattone, um jovem cafetão que explora a prostituta Maddalena. Quando ela é presa, ele fica sem rumo até se apaixonar pela ingênua Stella, que tenta fazê-lo mudar de vida. Mais de 40 anos depois de sua estréia, Desajuste Social continua a ser um filme impressionante e atual. Um registro poético e realista da sociedade italiana que só Pasolini conseguia fazer.




21 e 22 - O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet). Direção: Ingmar Bergman. Suécia, 1956. Duração: 100 minutos.

Após dez anos, um cavaleiro retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.



28 e 29/11 - A Vida de Brian (Life of Brian). Direção: Monty Python. Reino Unido, 1979.Duração: 93 minutos.

Em seu segundo filme, Monty Python mostra uma sátira anárquica sobre a visão de Hollywood em relação a todos os temas bíblicos e religião. O cenário é a Judéia, ano 33 D.C., uma época de pobreza e caos, cheia de messias e seguidores e com os romanos tentando promover algum tipo de ordem. No centro desta história está Brian Cohen (Graham Chapman), um relutante candidato a messias que se torna importante devido a uma série de situações absurdas e realmente hilárias que proporcionam amplas oportunidades para todo o grupo (John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones, Michael Palin e Chapman) brilhar em múltiplos papéis à medida que eles imitam a todos e a tudo: ex-leprosos, Pôncio Pilatos, profetas malucos, centuriões romanos e atos de crucificação.





05 e 06/12 - Os idiotas (Dogme # 2: Idioterne). Direção: Lars Von Trier. Dinamarca, 1998. Duração: 117 minutos.

Criativo e provocador, Os Idiotas conta a história de um grupo de amigos que passa todo o tempo junto explorando os menos apreciados valores da idiotia. Quem insere o espectador no grupo é uma mulher que encontra três deles quando estão fazendo uma performance em um restaurante. Filme-escândalo que segue os dez preceitos do Dogma 95: filmar em locações, sem cenários; filmar com som direto e sem trilha sonora; usar câmara no ombro; filmar em cores e sem iluminação artificial; abolir filtros trucagens; abolir ações superficiais (assassinatos, armas etc.); sem referências temporais ou geográficas; os filmes de gênero são inaceitáveis; o filme deve ter versão final em 35 mm: o diretor não deve ser creditado.


12 e 13/12 - Corações e Mentes (Hearts and Minds). Direção: Peter
Davis. EUA, 1974.
Duração: 112 minutos.

Corações & Mentes mostra friamente o confronto dos Estados Unidos na Ásia, envolvendo o Vietnã. Usando uma gama de fontes como: entrevistas para jornais nos Estados Unidos, filmagens jornalísticas no teatro da guerra e conflitos gerados em outros países. Davis constrói com detalhes um poderoso retrato dos efeitos desastrosos de uma guerra.